Plástico feito de planta!
As grandes indústrias estão cada vez mais, adotando o uso de plástico de cana-de-açúcar nas embalagens
O desejo e a pressa em reduzir as pegadas de carbono está fazendo com que algumas indústrias de bens de consumo passem a utilizar embalagens feitas com materiais biodegradáveis ou que tenham algum apelo sustentável. O mais recente exemplo dessa necessidade é da Coca-Cola que lançou uma nova embalagem feita parcialmente a partir de plantas.
A Coca-Cola não está sozinha, a PepsiCo. Inc. adotou como embalagem para os salgadinhos SunChips, um saquinho biodegradável feito de plantas. A Coca-Cola aproveitou a Conferência sobre Mudança do Clima em Copenhague para inaugurar o que ela está denominando como “primeira geração da garrafa do futuro”.
As garrafas plásticas são feitas de tereftalato de polietileno, popular pet, que é derivado do petróleo, um recurso não-renovável. Só em 2006, apenas nos Estados Unidos, o consumo de garrafas plásticas para bebidas consumiu o equivalente a mais de 17 milhões de barris de petróleo.
A nova garrafa feita a partir da cana-de-açúcar desenvolvida pela Coca-Cola utiliza 70% de derivado de petróleo e 30% de materiais a base de cana-de-açúcar. O processo inicia pela moagem da cana, do suco fermentado e destilado resulta o etanol, que é por sua vez convertido através de uma série de processos químicos, como a oxidação para o monoetilenoglicol,daí é misturado ao derivado de petróleo juntamente com uma mistura de ácido tereftálico para fabricar o plástico pet.
Para comprovar que a nova garrafa deixa uma menor pegada de carbono do que as tradicionais fabricadas a partir do pet, a Coca-Cola encomendou e está financiando uma pesquisa feita pelo Imperial College London, para comparar o “ciclo de vida” da nova garrafa e comparar com a comum, para determinar se há e quanto há de diferença no impacto sobre o meio ambiente. Até o momento as pesquisas e análises mostram que a nova garrafa deixa uma pegada de carbono 12% a 19% a menor do que a pegada de uma garrafa comum. A Coca-Cola agora aguarda estudos de terceiros para apresentar oficialmente os resultados.
Mais a discussão será longa, pois alguns grupos ambientalistas alegam que a nova garrafa é sim um pouco melhor do que as normais de pet, porém o maior problema está no baixo índice de reciclagem. Em 2008, apenas 27% dos vasilhames de pet foram reciclados nos Estados Unidos, segundo a Associação Nacional de Fabricantes de Garrafas Pet.
A iniciativa é louvável, porém de baixo impacto.
Lição: Quando se está num campo de batalha, muitas vezes gritar mais alto pode ser uma boa estratégia em um determinado momento, mais não ganha a guerra.